sábado, 9 de janeiro de 2010

Era uma vez no México


































































Minha querida, estive longe... Procurando um exército, um sonho, uma saudade.
Mas meu coração, minha querida, sempre esteve perto, batendo junto do seu.
Levei comigo seus olhos, minhas culpas e dúvidas.
Dormi na chuva, acompanhei noites que pareciam nunca acabar.
Conheci homens que morriam a cada dia um pouquinho, às vezes por ignorância, outras vezes por serem simplesmente humanos.
Compreendi a guerra e a solidão que não se explica. A força do Sol e o silêncio do escuro.
Não encontrei todas as respostas na arte, confrontei-me com meus personagens, meus livros e discos.
Juntei tudo o que sentia em uma garrafa e bebi de uma vez.
Minha querida, deixei meu coração batendo junto do seu.
E não sei mais achar o caminho de volta.
Querida, estou cansado, a subida é difícil e a descida truculenta.
Sinto que os anjos às vezes me abandonam, mas tem dias que quase me devoram.
Vi o segundo exato, que a vida se apaga nos olhos.
Senti a impotência e a angústia de tomar a decisão errada.
Perdi, mas ganhei.
Acertei, mas errei.
Enlouqueci de ar e sufoquei com paixões.
Minha querida, eu deixei meu coração batendo junto do seu.
E não sei mais voltar.
Fui advogado do meu personagem mais soberbo e dormi com ratos.
Nadei até perder as forças e encontrei a consciência.
Escondi-me em uma velha biblioteca, dei a vida, e não controlei o pranto, no primeiro suspiro do anjo que vi nascer.
Compreendi o sublime vendo você de longe e sorri sozinho.
Entreguei minhas armas, fiz as pazes com DEUS.
Minha querida, deixei meu coração batendo junto ao seu.
E não consigo mais achar o caminho de volta.