sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ILHADO


Deixei de seguir meus caminhos, incompreensíveis, o sabor da pele tua acalmou a trovoada que não me deixava ser escutado, saí perseguindo tudo que era belo nesse mundo pra não pensar no cheiro gostoso de sua perna, estou morto pra tudo que não é verdade, pra sua crença na utopia do amor, para as caravelas, para as medalhas de lata, que só comovem aos cegos. É minha erva, minha carne, minha bebida mais forte. E enquanto seu cabelo cresce, vou consumindo vinho tinto, pra contaminar-me de desejo e de saudade dos seus olhos vibrantes que me alimentam, assumem a ausência de esperança na humanidade e que bebem meu sangue bem devagar. Sou o Poeta dos excluídos, que olha para o sol diretamente para que a vertigem me leve ao desequilíbrio consciente. Enfeito meu paletó listrado, com fitas, para sentir-me uma divindade urbana e estranha. Estou... em busca da nossa Ilha Suspensa no Ar.


Vejam o vídeo, narração de Gil Sampaio e música de Cartola.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O BILHETE


6:30 acordei e você não estava ao meu lado mas sentia você, meu faro te perseguia, te identificava. Sonhei com um leão que corria junto comigo do meu lado e acordei suado. A gente se beija e se toca, a sua fé e a sua boca que invadem o meu semi-árido lábio superior, entorpeço, adormeço na polpa do mundo. Estamos em estado de espetácularização, não cabe aqui os loucos de cristo sem fé, com medo de tudo, gente que simplesmente desaparece, sem deixar nenhum vestígio. Tu vais deixar a sua marca na Terra, porque pensa e sente tudo em uma freqüência totalmente genuína. Ninguém conquista gloria alimentando fé com atitudes covardes. Andei por algum tempo como Leão banido, hoje novo nesse bando, junto de você, encontro a paz e sou agora tão forte que nem mesmo sei medir minha força.
Buon giorno principessa, vou indo tenho que conquistar o mundo.