quarta-feira, 4 de setembro de 2019

A primeira lona de circo de maio


Vejo muita beleza nas relações de educação horizontal, me encanto com o talento de contextualizar todas as inteligências que nos foram presenteadas, às vezes por mágica, outras por dor, suor, muita erva e cerveja. Aprendo como que por um delírio extremo e subversivo, mestres, mentores sobrevoam minha cabeça, danço com os olhos em chamas, durmo pouco, sigo em frente. Um dia me disseram que sabemos quem realmente é uma pessoa, pela maneira que ela trata aqueles que não podem lhe dar nada. Mas veja bem senhoras e senhores, somos dois interesseiros, não sei o que ele quer de mim, eu, sorrateiramente roubo-lhe a habilidade: "CAVALEIRO DE LA MANCHA", que do alto de suas pernas de pau, subjuga falsos gigantes e dragões contemporâneos, cafonas, sem ética, intolerantes. Quero essa capacidade de enxergar a ternura acima da média, na primeira lona de circo e na última chuva de maio, preciso desses super poderes pra mudar o mundo, se não, não vou aguentar por muito tempo. Imaginar é urgente e estudar é a única maneira realmente eficaz de manter-se eternamente jovem e atraente. Mas não quero ser amado pela simetria dos meus olhos em relação à cabeça, quero ser amado, como amo Piantino. Por causa do arrebatamento de seus sonhos perfurantes cor púrpura, em verso, métrica, rima, sol maior e flor. Ei, Caçador de Nascentes. A meta é ter um quarto da sua coragem, pra não quebrar a divina promessa, de jamais me tornar um clichê ambulante. Ainda perambulo pelos bares, já consigo dançar sem bourbon, minha filha cresce sem mim. Mas estamos evoluindo, são só três notas, elas são as mais simples. Mas com essas três notas é possível tocar sessenta e sete músicas diferentes e mais de um milhão de possibilidades. Se a felicidade existe eu não sei, mas podemos descobrir o que é essa tal alegria de viola.

Imagem: Still do filme I CLOWNS de Federico Fellini