sexta-feira, 12 de agosto de 2011

No fundo dos olhos, na maciez dos Lábios


Serena, complacente das horas, estreita relação com a brisa de agosto que limpa seus olhos. Devoradora de sonhos, andante sob a espelhada Lua, na famigerada madrugada de desencontros silênciosos, que maltratam as possibilidades de amar com a intensidade Dionisíaca. O mundo anda em círculos no vácuo da saudade desenfreada dos beijos que não te dei. Você anda na contramão dos selvagens burocratas, sedentos pela beleza mercadológica. Bela como a insensatez das borboletas que só vivem 24 horas, descrever seu sorriso, é tão mais difícil que viver de arte e os poetas bêbados dos bares das esquinas da Barata Ribeiro, soltos no tempo, vivem o sonho de bocas douradas como a sua, não vivenciam a poesia, perderam-se no sentido das palavras que já não trazem de volta os amores impossíveis. É Severa a rotina, apaga pouco a pouco sua linda fisionomia da memória da minha alma, insisto reviver os lábios imponentes para ter força pra continuar o ascendente caminho de gloria que às vezes é cansativo sem você. Em tempos que não sobra espaço pra sensibilidade e humanidade, medo não conheço. Confio no instinto que me trouxe até aqui, o que sinto e penso me mantêm vivo. Esse incansável Céu todo azul deixa-me perplexo, embreado em seus cabelos, embriago-me de seu cheiro excitante, estonteante. Síndromes urbanas e descompassados automóveis, que cruzam as avenidas como veias expostas, não me deixam nem um pouco cansado, tenho muito fôlego pra você. Deixo as estrelas impregnadas nos meus braços pra te proteger, dos que cobiçam seus lindos olhos de mel, mas que não têm coragem suficiente para saciar sua alma. Vem comigo, quero te mostrar o lugar que eu nasci, a árvore que eu me escondia. Deixa o mundo pegar fogo, enquanto os anjos se esfolam, descobri um caminho mais curto para o mar.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O DIA QUE NASCI DE NOVO


No dia 04 de agosto de 2005, às 20 horas, eu nasci de novo. Nesse dia conheci Maria, vi nos seus olhos o mundo que eu ainda não conhecia.
Precisei voltar começar tudo de novo, encontrar sustentação para minha ideologia, me livrar de idealistas sem fôlego, manter distancia de quem me sufoca, para poder viver de novo minha primeira infância, crescer de dentro pra fora. Tirar o atraso da alma, descobrir em que momento da vida a dor me fez perder a ternura, não ser a metade que os outros fizeram de mim, pra que a minha metade contamine e tome conta do resto.
Enfrentei os monstros que recebi como herança que todo dia me comiam um pedaço. Fiz o que quis, não parei pra tomar água, magoei muita gente, abri mão da companhia dos que vieram aqui só pra perder. Descobri que os arrogantes não tem talento e que não valem a pena dividir uma cerveja, o palco, a cena.
Andei por aí, pra viver de cinema, utopia, socialismo puro e mar. Andei, para lembrar de quando fui realmente livre.
Experimentei a felicidade de verdade no abraço quente de Maria. Sinto que chego na fase adulta, minha filha me ensinou tudo.



ONDE NASCEM OS SONHOS?

Vídeo realizado no primeiro ano de vída da minha filha. Motivado pela emoção de ser pai pela primeira vez e inspirado no livro, “Por uma outra Globalização” do grande geógrafo e cientista brasileiro, Milton Almeida dos Santos, o Milton Santos, que me fez pensar em um mundo mais justo pra minha filha que acabará de nascer.