sábado, 21 de agosto de 2010

O BILHETE DE DESPEDIDA DA MANHÃ SEGUINTE

(Segunda-feira 7 horas da manhã faz frio)

Nada tenho, vez enquando tudo, avanço devagar na sinceridade dos seus olhos, conquisto o privilegio dos bravos, me entrego pra suas mãos invadindo meu cabelo e sua língua na minha pele água e sal. Amanheço descansado, renovado, dormi com o sabor do beijo, quando vira e pela ultima vez me olha, a luz atravessa a fresta da janela e ilumina um quarto do seu rosto, fica no meu repertorio imagético, um dia pode ter vida na arte, já tem vida em mim, nosso dialogo complexo, nossas noites insanas, o beijo nas minhas costas. O feromônio, meu cheiro na sua cama, essa noite quando adormecer vai pensar que estou ai, dormindo do seu lado, sente!


PS: Você é linda!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ALEATÓRIO

No aeroporto entrei em uma livraria pra não ver o tempo passar e resolvi ler um trecho do Pequeno Príncipe (clichê) aleatoriamente, fechei os olhos e deixei o livro cair, peguei o livro do chão e comecei a ler a pagina que tinha sido oferecida. O trecho falava do acendedor de lampião de um planeta que já fora grande e os dias e as noites duravam 24 horas, e hoje com o aumento da velocidade que o planeta gira na sua orbita, devido a misteriosa redução do seu tamanho, os dias e as noites duravam 1 minuto cada obrigando o acendedor a executar seu ardo trabalho de minuto a minuto apaga e acende deseja boa noite e deseja bom dia. Na real não quis interpretar nada nem tentar encontrar um porque dentro de possibilidades do destino, nenhuma mensagem, quando estiver com a alma mais tranqüila penso sobre isso. O IPOD no aleatório também me presenteia com grandes surpresas, como no livro do Pequeno Príncipe. Mais o que ficou de mensagem de aprendizado é que tenho que cuidar melhor daquilo que cativo.

Resolvi fazer uma parodia do texto de uma menina que é uma grande escritora e acredito que ela seja a minha versão feminina, espero que goste. Vou para o aeroporto.

Dessa vida eu quero amor, intensidade e sabedoria. Morar em NY, Caraíva, ter mais um filho e um cachorro. Viver de mar, amor e ar. Falar quatro línguas e ser doutor no olhar. Morri e nasci. Quero um carro bem grande e ser motorista oficial do time de futebol do meu filho. Viver cercado de amigos. Quero acolher todos os vira-latas do mundo, crianças, velhinhos e quem mais precisar de amor. Sou sensível pra danar. A minha vida é minha, meu tempo é outro. Conheço a respiração do mundo. Eu amo estrelas. O meu lado feminino adora ficar comigo. Somatizo demais, penso demais, corro demais. Tudo por dentro. Sinto tanta saudade que parece que estou junto. Rir é o meu remédio. Ela é Luiza por causa da música e quero dizer guerreira. Adoro mãos e patas. Acho as pessoas tristes e lindas. Amo as estranhas e inéditas. Todas são bem vindas. Sofro a cada jornal. Quero dançar e descer longas escadas. Gosto da vida com trilha sonora e editada. Tudo o que não vivi dói. Sou perdido, não tenho dificuldade com rodas. Me aceito, comemoro, me recebo. A cada novo encontro, a cada novo beijo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SEM LAR

Os olhos queimam perto das encostas das marginais, a condição que nos encontramos é confortável se não precisamos nos ver e os que desistiram estão a seguir as linhas que cortam a cidade, não têm dono, não esperam, matam o tempo, para o tempo não os matar.
Os cães farejão o meu rastro indeciso, mas o caos da minha alma me mantém vivo nesse cotidiano insano. Vivo o dia e a noite me vive, a cidade é adaptada, é relativa. Os pensadores não se acham aqui, confusos no amontoado de dores. Os pássaros, os olhos, a janela, a calha, a sombra, a rua, a sede, a amada, a mesa, a luz, o peso.
Senhoras e senhores os inquietos estão cada vez mais sossegados e eu perdi o direito de admirá-la, porque ela já não é, mas admirável. O hotel, a cama, o calor na base da espinha, o descontrole e suas teses cheias de especulações vazias e sua covardia me empurraram para braços alheios e meu pau abandonado sem casa, não volta, não quer mais voltar. Encontrei a explosão do fluxo das minhas idéias materializadas nos meus fluidos. A cada estocada profunda e quente encontro um novo lar a minha altura, esse purgatório é cômodo por algum tempo, mas eu sei o caminho.