Nosso universo particular. Ruptura com o tempo e o espaço. Quando eu botar meus pés no chão, pra descer dessa
cama, sei que o sonho acaba. Você leva meu coração que bate junto do seu. Eu como um
poeta morto, volto devagar pra Lua que um dia, quem sabe, vamos morar. Não viver
o superficial da vida, ir contra as regras sociais que não tem nenhuma lógica
para nos, nunca almejar a felicidade, invenção cruel da sociedade, estado da alma que
não se compra, entorpece, assim enganamos a tristeza, 100 miligramas basta, Felicidade puro estado imaginário. A consciência de que somos finitos nos faz
buscar ser tudo, antes que tudo acabe. Como passo agora sem você? A chuva vem
lava a estrada e não me leva embora daqui. Eu não evaporo, sou solido dentro de
você nessas segundas-feiras, feriado que decretamos no nosso país sem
fronteiras, sem constituição. O rádio não toca aquela canção, seu suor
tem um cheiro tão bom, anoitece e eu não vejo, sou eu com você, eu em você. Quando colocar
meus pés no chão, o mundo volta a ser o que sempre foi. Volto pra minha forma
usual, confuso, destilado. Você segue heroína, salvando o mundo, sem mim, sem
nos, até quando seremos eu, você e o orgasmo mágico que incendeia a cidade e todas
as possibilidades de sermos pequenos e insignificantes, a nossa verdade e a paixão
sincera jamais será castigada, a dor do mundo suspira entre seu peito e o meu,
no descansar da sua boca no meu ombro, na respiração explosiva, no sabor desse
suor lisérgico, etílico e honesto.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
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