Deixei de seguir meus caminhos, incompreensíveis, o sabor da pele tua acalmou a trovoada que não me deixava ser escutado, saí perseguindo tudo que era belo nesse mundo pra não pensar no cheiro gostoso de sua perna, estou morto pra tudo que não é verdade, pra sua crença na utopia do amor, para as caravelas, para as medalhas de lata, que só comovem aos cegos. É minha erva, minha carne, minha bebida mais forte. E enquanto seu cabelo cresce, vou consumindo vinho tinto, pra contaminar-me de desejo e de saudade dos seus olhos vibrantes que me alimentam, assumem a ausência de esperança na humanidade e que bebem meu sangue bem devagar. Sou o Poeta dos excluídos, que olha para o sol diretamente para que a vertigem me leve ao desequilíbrio consciente. Enfeito meu paletó listrado, com fitas, para sentir-me uma divindade urbana e estranha. Estou... em busca da nossa Ilha Suspensa no Ar.
Vejam o vídeo, narração de Gil Sampaio e música de Cartola.