sexta-feira, 24 de setembro de 2010

ILHADO


Deixei de seguir meus caminhos, incompreensíveis, o sabor da pele tua acalmou a trovoada que não me deixava ser escutado, saí perseguindo tudo que era belo nesse mundo pra não pensar no cheiro gostoso de sua perna, estou morto pra tudo que não é verdade, pra sua crença na utopia do amor, para as caravelas, para as medalhas de lata, que só comovem aos cegos. É minha erva, minha carne, minha bebida mais forte. E enquanto seu cabelo cresce, vou consumindo vinho tinto, pra contaminar-me de desejo e de saudade dos seus olhos vibrantes que me alimentam, assumem a ausência de esperança na humanidade e que bebem meu sangue bem devagar. Sou o Poeta dos excluídos, que olha para o sol diretamente para que a vertigem me leve ao desequilíbrio consciente. Enfeito meu paletó listrado, com fitas, para sentir-me uma divindade urbana e estranha. Estou... em busca da nossa Ilha Suspensa no Ar.


Vejam o vídeo, narração de Gil Sampaio e música de Cartola.

6 comentários:

  1. Tens o dom de escrever. Parabéns!

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  2. Ó que bonitinho! Depois tu dizes que eu é quem escrevo bem... Tu tens a magia da escrita e eu ainda sou apenas uma aprendiz...
    Parabéns!
    Beijos,
    Jessica

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  3. amo vc meu velho! Presente de Deus ter te conhecido! obrigado por tudo! tu é de mais!

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  4. hum...seduz e encantas a forma como se desenha por meio das palavras ritmadas pelo compasso do seu coração apaixonado pela vida e pelas emoções avassaladoras que te inspiram a ser o poeta q és!!bjo de borboleta

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