quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PARA A PEQUENA MARIA

















Não havia nenhuma testemunha no dia que entreguei minhas armas e dancei com um anjo.

No dia que chorei, porque estava cansado de mais pra lutar.

Vou levá-la a um lugar que tenha muitas árvores, e que em uma ou duas, possamos confiar, deitar em sua sombra e dormir.

Outras possamos ser cúmplices e de vez em quando tirar uma fruta para comer e brincar de Pique-esconde, e em cima delas, desaparecer.

Não um desaparecer de verdade, igual de quando eu escondia os olhos e perdia a consciência.

Um desaparecer igual de quando você entrou debaixo da cama, pra fugir do silêncio.

Não precisa ter medo, a gente ainda pode cantar. E existe também o silêncio bom.

Eu vou chegar à noitinha, e só hoje você pode dormir um pouco mais tarde.

Eu te empresto meus sonhos. Até você ter os seus, e mais tarde posso te dar alguns, se você quiser e se couberem nos seus sonhos.

É tarde! Vou dormir agora, na lua que vamos morar um dia, ouvindo os sons de suas brincadeiras.

Amanhã vai ser um dia cheio. Precisamos ir à praia, andar de avião, comprar um cachorro amigo e um colar bem comprido de sementes.

Tem uma nova peça de uns amigos, que fala de criança, Se você não dormir, a gente vai.

Peixinho dourado? Não sei. Passarinho tem que ser livre, claro! E se fizer sol, a gente abre a capota sim. 

3 comentários:

  1. Gil, simplesmente geniais os seus textos... me deixam 'boquiaberto'! :)

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  2. Ainnn! Adorei esse escrito! Muito bonito! Meus parabéns!
    Bjos,
    Jessica

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  3. Nossa que lindo... suas poesias...cada frase repleta de luz.... frases encantadas .... onde fantasias viram realidade ... e o irreal pode acontecer.. é isso ai.. vamos deixar a imaginação nos levar e nos tirar das prisões que todo momento a vida nos impulsiona.. parabens poeta...beijos no coração
    Lud

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