terça-feira, 11 de outubro de 2011

Passos do matador


Para meu avô, Oswaldo. Que encontrou o amor, no momento em que desistiu da guerra.

Ouço os passos do matador, coragem, verdade, honra. Jamais olhar pra trais. Ser mais forte que o ódio, achava que nada podia ser mais forte que o ódio.
Da simplicidade e de todo rompimento com o ódio é que nascem os mais lindos artistas.
Sobreviver, vencer, perder, sempre me faz forte.
Acima o céu é azul, tudo aqui é cinza, mais não menos belo, os caminhos secos e de terra, e sempre temos que escolher para que lado seguir.
Quem nasceu primeiro a beleza ou o amor?
E sobre voar?
Seria tão simples se fosse mais leve, mais sóbrio, mais falho.
Isso porque amamos almas que dançam, sorrisos que ecoam música.
E se todos tem uma sina, que essa seja prazerosa e gloriosa.
E que seja breve a cegueira dos homens de coração duro, que não mudam quando cai a chuva.
Chumbo quente dilacerando seus corpos, Caatinga e sangue, separando, desarmonizando.
Aprenderemos com nossos antepassados, ouçam os passos dos matadores de tempos passados.
– Com um olho virado para o chão e o outro virado para o Sol, matei meu irmão, e acabei cego.
Agora, só ouço o mar, não ecos e passos. Só o mar.



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