Somos eu e você e a utopia erótica. Mas por hoje precisamos da noite inteira pra conversar e colocar a alma em dia. Estar do seu lado é a contravenção mais pura e original é debochar da sociedade patriarcal, acreditar na beleza inquestionável do sexo e que o amor é qualquer coisa e nada ao mesmo tempo.
Precisamos ouvir aquele disco do Pink Floyd, andar sem pressa em museus, galerias e teatros. Ver um filme muito chato e sair no meio. Admitir um pro outro, que sou Tarantino e você Truffaut, eu Havana, você Londres.
Lembra quando te disse
que somos todos imorais, na nossa essência? Herança de liberdade, cafajestes empíricos.
Fêmea, minha fonte de luxuria. Nossa liberdade, o medo da solidão, nossos
livros e filmes, companheiros sinceros. A solidão é mesmo um presente? Um dia
me perguntaram se eu te amava, eu só respondi: Eu me importo muito com ela.
Imagem: Mulher penteando o cabelo
Imagem: Mulher penteando o cabelo
Hashiguchi Goyō (1880–1921) Japão, 1920 Gravura sobre madeira; tinta e pigmentos sobre papel © Arthur M. Sackler Gallery, Smithsonian Institution, Washington D.C.; Colecção Robert O. Muller (S2003.8.121)
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