segunda-feira, 18 de maio de 2009

MAR ADENTRO.

Esse filme me foi apresentado em uma brincadeira de pessoas apaixonadas por cinema, tipo me mostra seu melhor filme e eu te mostro o meu. Não vou contar o filme porque algumas pessoas ainda não viram, mas em uma das cenas mais fortes do filme, ela, minha amiga apaixonada por cinema, chorava muito, e entendi algo que não conseguia ver antes, que alem de entretenimento e identificação, o cinema, ou seja, a arte em geral, deve nos arrebatar nos tornar seres melhores, mesmo que por um curto espaço de tempo.
Uma obra deve nos tirar do cotidiano e dar vontade de sair de madrugada andando até a esquina para comprar um vinho, de beijar na chuva, de fazer sexo diferente, ousar em uma roupa, e falar para alguém o que sentimos e guardamos a muito tempo, de mandar um e-mail para aquela velha paixão, tocar o instrumento que está encostado e dizer bom dia para quem passa.

Depois de um tempo, quando essa amiga já não fazia mas parte da minha vida, estava na cinemateca do Rio de Janeiro, fazendo uma pesquisa de imagens para um filme. Quando encontrei em um canto de um dos corredores da cinemateca, as latas de filme de Mar adentro, eram cinco no total. Dali emanava uma energia, no fundo são latas de metal contendo rolos de filme de celulose, mas para eu, era sentimento, engenhosidade, sensibilidade, o conteúdo daquelas latas ali no canto de um corredor da cinemateca, me ensinaram, por exemplo: como representar a imaginação de um personagem de maneira única e genial, sem clichês, soluções fáceis e ingênuas. Inconscientemente passei minha mão sobre sua superfície empoeirada, como quem acaricia a cabeça de um doente sem esperança, no corredor de um hospital superlotado.


Mar adentro

E na leveza do fundo

Onde se realizam os sonhos

Juntam-se duas vontades

Para cumprir um desejo

Seu olhar e meu olhar

Como um eco repetindo sem palavras

Mais adentro

Mais adentro

Mais além do que tudo, pelo sangue e pelos ossos.

Mas desperto sempre

E sempre quero estar morto para seguir com minha boca enredada em seus cabelos. 


Trecho do filme, espero que gostem!

4 comentários:

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  3. Tem obras que apos assisti-las saimos mudos...O filme é maravilhoso..me faz rir, chorar e sonhar...apos ve lo lembro que sai pensando e questionando "De quanto vale a vida" , "de quanto vale a liberdade" , e assim que li seu post , questionei "de quanto vale os sonhos" "de quanto vale a nossa tão querida arte ? apenas de latas e celulose, tacos e cortinas?...quanto ao que li eu ainda estou muda..não consigo comentar , apenas quero sentir suas palavras e pensar...o elo entre escritor e leitor ja esta consumado...por hora preciso dialogar com o autor em silencio...sinta-se abraçado, obrigada pela leitura.

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  4. Hum..gostei da dica... principalmente se são filmes que nos levam à reflexão de nossos atos!

    Bjs querido!
    Boa semana^^

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