quarta-feira, 24 de junho de 2009

Crescer

Machuca de Andrés Wood, faz uma sensível analogia das historias em quadrinhos americanas de O Zorro, O cavaleiro solitário e o indio Tonto, seu amigo e companheiro inseparável de aventuras no velho oeste americano. Que viria a ser um famoso seriado de TV, no mundo inteiro.

Andrés Transporta a saga do cavaleiro mascarado para o ano de 1973 e contextualiza com a historia de Gonzalo Infante (Matias Quer) e Pedro Machuca (Ariel Mateluna). O filme retrata fatos históricos do Chile, país com a maioria da sua população indígena.
Um dos personagens é vidrado nas aventuras de Zorro e Tonto, e com a abertura do caro e sofisticado Colégio Católico San Patrick, para estudantes bolsistas de baixa renda. Quando inicia-se a amizade conturbada dos dois garotos, um índio e o outro pertencente à elite chilena. Destaque para a personagem solida, politicamente lúcida e leal ao partido socialista, interpretada incrivelmente pela atriz Manuela Martelli, que em certo momento afirma, que seria impossível existir uma amizade entre um homem branco e um índio, em critica a historia de Zorro, O cavaleiro Solitário. Enfatiza assim o conceito principal da película. 

Fiquei pensando nas nossas posições políticas, e me imaginei no ano de 1964 no Brasil, em plena forma para tomar uma posição politica, agressiva e radical, exercer meu livre arbítrio. Analisei a sociedade que vivo hoje. Fui dormir triste, lembrei do momento em que descobri que não existia justiça. Eu tinha 11 anos, decidi que faria minha parte, tudo que fiz e aprendi carreguei comigo o dever de repassar para os outros, capoeira, teatro, cinema, multipliquei. Mas parece que a diferença que achei que podia fazer, é menos que mínima, a posição política de hoje é ter. Estou sozinho tentando ser e sentir. Talvez em 64 eu não fosse tão sozinho, eu e meus sonhos. Talvez hoje seria eu, mais um retrato na camisa de uma mãe, lutando por justiça ou em um cartaz de  presos políticos desaparecidos, ou brigando em tribunais por anistia. Tenho 34 anos, tenho muita energia, tenho uma pequena dos olhos mais incríveis do mundo, que é meu partido político é minha posição ideológica, minha meta é deixar para ela, algo que as celas úmidas da ditadura de Pinochet e do DOICODE brasileiro, não podiam tirar de um homem, e ainda não podem, educação.

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