quinta-feira, 25 de junho de 2009

O PREGO


Não dá pra parar, sinto vida solida percorrendo meu corpo, preciso andar, a janela aberta, a cidade Utopia mostrando seu espetáculo, o carro parece mais confiável e confortável quando não temos opção, há não ser viver na velocidade que nos foi ensinada, a velocidade de quem tem sede de viver. Uma vez tive um sonho que enquanto dirigia o motor do carro esquentava e saia fumaça pra todo lado. Então uma pessoa interpretou este sonho e concluiu que era uma projeção do meu stress no carro, como se eu fosse o carro e estivesse esquentando e saltando fumaça pra todo lado, ou seja, no limite.

Quando acordei fiquei olhando quase vinte minutos para um canto da parede, buscando forças, levantar e seguir. Quando fui até o carro percebi que o pneu estava vazio, logo descobriram que um prego de sete centimetros alojara-se na borracha e de pouco em pouco liberava o ar, esvaziando o pneu vagarosamente. Pensei um pouco e fiz uma projeção, analisei, e ao final cheguei à conclusão que o prego sorteado, uma agulha no palheiro, depois de anos sem furar uma única vez o pneu, achava até estranho quando via os carros parados nas ruas e as pessoas trocando o pneu, eu me perguntava: Porque meu pneu não fura? Não sabia nem onde estava o macaco. Mas voltando ao prego, na minha projeção analítica Semiológica espírito sensorial, conclui que o prego queria me dizer pra ir um pouco mais devagar, ninguém consegue tanto tempo tão rápido, não dá pra ler as placas, não dá pra ver as pessoas que passam e não dá pra voltar, vem gente atrás na mesma velocidade na mesma urgência e nem sempre a sorte está do nosso lado.

Um comentário:

  1. Um prego as vezes fala mil palavras, ehehe!
    Adorei Gil!
    Beijos
    Boa semana cunhado!^^

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