Em
todo quarto de dormir desse mundo de meu Deus, existe um pau querendo entrar.
O
desejo singelo de estar dentro, espioná-la, sensar o mundo entre suas pernas,
decifrar a geografia.
Quando
amamos uma mulher só conseguimos comê-la olhando nos olhos, e de tanto olhar, tudo
se torna um.
De
tanto olhar, andamos em um lugar que jamais estivemos antes.
Se
a alma não treme o corpo não pede urgência, não explode, não chove por dentro.
Sobre
o mundo pesa esse êxtase e o movimento suave dos seus quadris, poetizam com as
marés.
Cheiro,
gosto, pele, sua respiração afaga meu peito, sua boca entreaberta encontra
conforto em meu queixo.
A
música chega ao fim, os sentidos se apuram, podemos ouvir a rua.
–
Qual seu verbo forte? Você fala um que eu nunca esperava, eu invento um novo.
Música
de Oswaldo com letra de Chico.
Te desejo o vento, que vem tão forte que a água mal toca o chão, até parece o orvalho, mas não amanheceu.
Te desejo o vento, que vem tão forte que a água mal toca o chão, até parece o orvalho, mas não amanheceu.
Lembra-me
o seu desejo, sua voz que cala a guerra e eu nunca lhe vi chorar.
Vem
e entorpece minha alma com sua presença sóbria.
Sincronizado
com o meu, seu gozo virá estupendo, sem regras.
Hoje
chove dentro de você e ninguém mais morre aqui.
Bem
vinda humanidade.
A
nossa dança, nosso sexo, nosso suor, um caminho mais curto para o Sul.
Como
acabar com a tristeza se todo sentimento só nos faz crescer, se todo artista só
é grande se sofrer.
Tentei
ler a declaração dos direitos humanos e algo em mim morreu.
Dizia
que todo homem era igual perante a lei.
O
que é amar?
É
um lugar, uma lei?
Teria
eu perdido a fé nos seus honestos seios, na sociedade covarde.
Bela
Senhorita, pela nossa lei, a gente só é obrigado a ser feliz.